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domingo, 21 de junho de 2020

Podcast - Episódio #1

Depois de quase DEZ anos sem novas publicações, compartilho meu projeto recente.

https://open.spotify.com/episode/0kB5icsEUpBUQIuhcKZSpG

Aguardo comentários e sugestões de novos temas para entrevistas.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Os Girassóis

Em sua pequena vida, que era, mas certo de sua plácida existência, pensava nos Onze deles, heliotrópicos, que em Espanha giravam áureos, da manhã ao ocaso, como carregadores da boa sorte. Nem por um segundo mais, um instante que fosse, quis segurar em suas pequenas e alvas mãozinhas aquelas pétalas que, de outros tempos, quase imemoriais, traziam tantas lembranças.
          Pensou ouvir outra vez os ritmos cubanos de uma rua calçada; girou no lugar embalado pela rumba mais hermosa de um já ido Moisés Simons. 'Ah, onde há ido você, que não deixa meu coração em paz?'. Tão caros sentimentos escondiam-se profundamente na carne, encerrados por horas mecanicamente contadas na parede. Piscou uma ou duas vezes, depois foi-se dormir.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Luta do Século!

Senhoras e senhores, temos aqui a imperdível luta de Keynes contra Hayek. Aproveitem. Para os economistas - e, também, administradores de empresas, por que não - de passagem aqui no blog, favor comentar qual das duas teorias mais lhes agradam.


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Zeitgeist

Assistam e pensem um pouco.
Coloquei a parte 2 deste documentário, Zeitgeist, que levanta questões, no mínimo, interessantes.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Viva: uma maçã, um violão e uma sombra no verão

O Sol, o céu azul, o vento quente de um inverno que se pensa verão; é assim que tudo está hoje; um mundo inteirinho convidando pra ser aproveitado. Mas e quem pode sentar embaixo da sombra de uma árvore e ler um livro? Um louco, claro. Um vadio, alguém que não tem o que fazer. Mas, porque diabos a sociedade condena fazer algo tão simples!? Quem foi o filho da mãe que prendeu todo mundo no trabalho o dia todo?
          Eu tenho dois hamster que passam o dia trancados em uma gaiola e correm nas rodinhas sem sair do lugar; eu tenho amigos e familiares que passam o dia trancados no trabalho e fazem isso há anos. Oh, que comparação horrível! E tem algo pior, algo mais perverso que o barulho da fonte do computador (como disse um amigo meu): a maior parte das pessoas que conheço reclamam disso. Pensam que a vida está nos sendo roubada, mas ninguém, nem apenas um, consegue escapar disso.
          Existe algo de muito errado em levar a vida assim. Eu quero ser livreeeeeeeeeeeeeeeeeeee!!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Assimetrias

Eu seguia as chamas que brilhavam no chão branco, via suas formas sempre desiguais e agitadas; sentia um contra-baixo invadir grave minha cabeça e fazer meu corpo acompanhar o ritmo; atravessava o salão enevoado por um cinza mentolado quase doce ao respirar, onde suas brumas, longas e dançantes, perseguiam meu copo que se avermelhava contra o fogo; e como já era tarde... e como fazia frio... Eu era um náufrago, perdido na ilha de mim, conversando baixo com meus fantasmas e observando, distante, o mundo inebriante que pulsava.
          Então percebi seus olhos, escuros e profundos, convidando-me para um abraço. Meu coração acordou com um pulo e fez meu sangue correr em alvoroço; senti o calor de minha alma, recolocada no lugar após longos dias de ausência; a música mudou, a lareira estalou alto e aceitei aqueles braços, mais tarde transformados em lábios, mãos, olhares e mistérios. Fui levado para outro lugar, um país onde o tempo não passa e tudo dura para sempre. Naquela noite, e até hoje, seu sorriso busca meus pensamentos sem se importar com qualquer relógio maldoso; atravessa meu mundo como quer: lento e brando em alguns momentos, célere e feroz em outros; envolvendo-me na consciência de que é eterno.