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quarta-feira, 30 de março de 2011

Líbia: uma velha história

O site de notícias G1 trouxe a seguinte manchete no dia de ontem: "Obama diz não descartar hipótese de armar rebeldes líbios contra Kadhafi". Isto é muito parecido com algo já ocorrido na história recente de guerras americana. Parece mais um ciclo, um modo de agir que se repete como em uma fórmula dada; pronta.
          Em 1980, o Iraque atacou o vizinho, Irã, com o intuito de anexar uma área de maioria árabe - os iranianos são de maioria persa. Como no Irã havia se instalado um governo islâmico xiita, e isto representava ameaça aos países ocidentalizados, os EUA armaram o exército iraquiano para a batalha. Resultado: o Iraque não conseguiu conquistar o território e endividou-se. Contudo, devido à ajuda americana, acumulou um gigantesco arsenal. Depois disso, em 1990, houve a Guerra do Golfo e tudo o mais: Estados Unidos contra um exército armado por ele próprio.
          O que vemos agora é muito próximo ao que ocorreu no Iraque. Coloquemos desta forma: os EUA armam os rebeldes; os rebeldes derrubam o regime do ditador Muammar Kadhafi e tomam o poder; um rebelde influente e apoiado por alguma força econômico controla o governo e, de certa forma, torna-se um novo ditador; anos depois, contrariando aquilo que os EUA ditam, o novo e reformado governo Líbio ataca civis opositores; assim, os EUA se lançam em guerra novamente, e contra forças que carregam armas fabricadas na América. Outra vez.
          A indústria bélica possui grande importância na economia americana e, portanto, nunca pode parar; seja por petróleo ou para seguir com o que o capitalismo pede em sua manutenção.

link: http://g1.globo.com/revolta-arabe/noticia/2011/03/obama-diz-nao-descartar-hipotese-de-armar-rebeldes-da-libia-contr-kadhafi.html

sábado, 26 de março de 2011

Uma mensagem ao povo brasileiro!

Estávamos lá, no terceiro dia do Caminho Inca, observando a paisagem do alto do mirador de Phuyupatamarca, quando nossos amigos argentinos surgem... e deixam uma mensagem: cuidado com o Messi! huhuashusahuas

terça-feira, 22 de março de 2011

A Esquina

Em uma esquina qualquer da história ainda vivia um pobre espírito. Estirava-se sobre as pedras sujas do passeio, dividindo a cena com um velho poste de ferro, cuja lamparina havia muito não ganhava óleo e fogo. Assim, luz tampouco poderia brilhar. Anos antes, em noites quase esquecidas, muitos caminhavam por aquelas ruas. Havia cantoria, vozes em algazarra e festa. Havia serenatas, declarações de amor e também de ódio. Mas este foi outro tempo, do qual a forma jogada ao chão também participara. O futuro daquela época trouxe o abandono – a escuridão. Restaram ali apenas os tristes, os saudosos e os quase-mortos.
          Não fosse o olhar atento de quem, após entrar na rua errada, aperta a visão quando a treva se adensa, a figura da esquina não seria sequer lembrada. Aquele que a encontrou só pôde ouvir as últimas palavras; os lamentos de uma vida atirada pelos cantos; congelada tantas vezes embaixo de varandas que saltam sobre o povo miúdo das cidades.
          Em poucos segundos tudo desapareceu dentro da nota final da morte. A criatura extingui-se, e com ela levou seu mundo e suas lembranças. Sobreviveria por mais alguns dias apenas na memória deste que, por erro e acaso, assistira o termo da existência. Impressionou, por certo; causou espanto, nojo e medo; porém, o tempo e a indiferença trataram de apagar o que ainda ousava restar. Somente a glória de poucos desafiaria a extensão da eternidade. Aquilo que põe à prova o humano – que afirma ser isto mesmo – nunca existiu.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Keynes vs. Hayek!

Rap - ou sei lá o que - dos economistas!
Caso as legendas do vídeo não apareçam, clique naquele botãozinho escrito 'cc' na barra de controle do vídeo - onde tem o play, o volume, etc.

terça-feira, 15 de março de 2011

O Tempo

          “Desde quando o tempo é constante?” Perguntou ao relojoeiro, quase ofendido. “Desde sempre, ora! Desde quando o mundo se tornou mundo.” O outro homem riu da resposta; tirou o chapéu e, pela janela, contemplou Paris mais uma vez. Pensou no dito tempo, em todos os dias que aquela cidade já viveu. Pensou em todas as revoltas e festas, nos beijos e abraços e também em seus amores. Até tentou cantar um daqueles seus velhos versos, mas calou-se e abriu um sorriso desde o canto da boca. “És um tolo, relojoeiro infeliz. Precisa de mais dias ao lado dos poetas ou das mulheres. Vá, e só depois me diga se o tempo é ou não constante; se as horas do seu maldito cronômetro correm da mesma forma em todos os momentos.”





Comentem, por favor.

domingo, 13 de março de 2011

Valeu, Lobão!

Para quem ainda não ouviu, aí está o áudio do Lobão, na Jovem Pan, criticando Luan Santana, Fiuk, Restart... Ouçam e comentem!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Mochilão Argentina, Chile e Peru [IX]


Salta, La Linda! Assim é chamada a cidade argentina onde ficamos. As primeiras impressões não confirmaram toda esta expectativa, pois havíamos visto apenas uma área periférica da cidade. Quando chegamos em Salta, pensávamos em encontrar Fernando, o cara que nos havia levado até o hostal em nossa primeira passagem por Salta, e, enquanto discutíamos no saguão do terminal, eis que ele aparece! Contamos por onde havíamos passado e ele nos guiou - juntamente com alguns brasileiros que haviam viajado no mesmo ônibus que o nosso desde San Pedro - até o Hostal La Reyna. O proprietário é um senhor muitíssimo simpático, torcedor do River Plate e entendedor de futebol, pois quando falei do meu time ele já o identificou como sendo o atual Campeão da América! Falamos para os brasileiros que iríamos jantar em algum lugar próximo e saímos sozinhos. Caminhamos umas quatro quadras, até a altura do terminal, e acabamos voltando sem ter encontrado nada. Logo, acompanhamos os brasileiros em uns quarenta minutos a pé até a famosa rua Balcarces para encontrar onde comer. E, de fato, encontramos um ótimo lugar.
          Estávamos muito ansiosos para voltar ao Brasil. Nosso vôo sairia as 13h, e pelas 11h já estávamos no aeroporto. Todos felizes na fila para o check-in, tudo tranquilo, até que, quando chegou nossa vez, o atendente falou que o vôo havia sido cancelado. Argumentamos com ele para saber se existia a possibilidade de voltarmos em outra companhia, mas era impossível. Falamos e falamos. Segundo ele, a companhia havia tentado nos contatar por todo o dia anterior, só não sabíamos como, pois eles até tinham nossos emails, porém nada havia chego neles. Depois de alguma discussão, fomos transferidos com muitos outros passageiros para um hotel na Avenida Belgrano, no centro de Salta. E que hotel! Seria de longe nossa melhor hospedagem em toda a viagem. Usamos a piscina, a sauna (um horror), a academia e jogamos muuuuuito ping-pong. A tarde conhecemos a belíssima igreja de San Francisco, colada à Plaza 9 de Julio. Pela noite, andamos pelo centro e bebemos um vinho para comemorar a viagem. Compramos chaveiros, alpargatas, mais artesanatos de alpaca... O centro de Salta é muito bonito e organizado. Agora sim, confirmamos o apelido de La Linda.
          No outro dia, depois de um belo café-da-manhã, o ônibus da companhia aérea já nos esperava. Voltamos até o aeroporto e fizemos todos os trâmites de embarque. Nosso destino era Puerto Iguazu, na fronteira com o Brasil. E assim embarcamos em direção ao nosso querido país. Depois de quase duas horas de viagem aterrisamos - com alguns sustos - e corremos para encontrar nossas mochilas; pegamos um táxi até a aduana argentina, de onde seguimos a pé. Passamos pelo controle de fronteira e carimbamos os passaportes com a saída argentina. Mais alguns metros e chegamos ao Duty Free Shopping. Depois de uns vinte minutos de espera chegou nossa carona - meu pai - de volta à Quedas do Iguaçu! E assim, depois de dezenove dias de viagem, nosso mochilão se encerraria.

domingo, 6 de março de 2011

Mochilão Argentina, Chile e Peru [VIII]


San Pedro de Atacama é sensacional! Não canso de dizer isso. No dia de nossa chegada, acordamos bem cedo para aproveitar o vilarejo ao máximo; tivemos um belo desayuno e fomos procurar uma empresa de turismo para conhecermos as redondezas de San Pedro. Nossos planos de volta acabavam por moldarem-se às circunstâncias. Por exemplo, não haviam ônibus disponíveis para a data que queríamos e, portanto, ficaríamos mais um dia, totalizando três. Corremos pra tudo quanto é lado da cidade em busca de preços e horários das excurções à locais como Laguna Cejar e Laguna Miscanti. Com os horários em mãos, corremos atrás da alternativa menos penosa que as 23 horas de ônibus do trajeto Salta-Puerto Iguazu para pegarmos o caminho de volta. A mulher da companhia de ônibus nos falou da companhia de aviação Andes. No hostal, pesquisamos e haviam três assentos disponíveis para o dia que queríamos por um preço muito bom; aí corremos pra uma lan house, onde havia impressora - para o caso de imprimirmos as passagens pela net - e fomos para o site da Andes novamente. Mas como nada é tão simples nesse mundão, aconteceu que o site não indicava mais assentos livres; fomos então até um call center e ligamos para esta tal de Andes. Imaginem só: meu espanhol é fraco pessoalmente, por telefone então fica bem complicado. Mas assim mesmo nos entendemos com o vendedor de passagens e ele falou que haviam assentos disponíveis sim, e nos passou um email para enviarmos os nossos dados para ele. Voltamos à lan house outra vez e, tentando comprar as passagens, surpresa, funcionou!
          Ficamos felizes: voltaríamos para casa antes do previsto e com muito mais tranquilidade. Depois disso fomos até uma agência chamada Corvatsch para comprarmos os passeios em San Pedro. Marcamos um para aquela tarde até a Laguna Cejar e, para a outra manhã, compramos um pacote até as Lagunas Altiplanicas. Arrumamos a mochila com bastante água, protetor solar e toalha. As quatro horas da tarde partimos para o passeio da Laguna Cejar numa van cheia de chilenos. E não poderia ter sido melhor. Chegamos na tal lagoa Cejar e descobrimos que ela tem 30% de sal e, assim, a gente não afunda!! É uma experiência muito legal. Este lugar possui 36 metros de profundidade e é como uma cratera. As bordas tem sal cristalizado que cortam se você pisar com força ou escorregar neles. Mais tarde, depois que fomos devidamente lavamos com água doce, embarcamos na van e fomos conhecer os Ojos del Salar, outras duas crateras no Atacama, mas desta vez de água doce. Doce e gelaaaaaaaaaaaaada! Depois de muita insistência do Fábio pulei naquela água - no caso, tinha um barrando de uns dois metros - e, logo após, pulou ele com uns gritos. Quando saímos para tremer no vento, caminhamos até a van e nos secamos; mais algum tempo e todo mundo voltou e seguimos para ver o pôr do Sol, os flamingos e tomar pisco nas Lagunas Miscanti e Miñiques, que nesta época do ano estão quase que completamente cobertas de sal. Como bons brasileiros tentamos chegar perto dos flamingos, que começaram a andar em círculos - momento em que recuamos percebendo a investida do animal - e levantaram vôo (colocarei a foto deste raro episódio). A volta para San Pedro foi muito animada e na lembrança fica o belo entardecer com o vulcão Licancabur na paisagem.
          Pela noite tomamos vinho no hostal e dormimos. Deveríamos sair as 08 horas da manhã para o passio. E, de fato, acordamos antes do horário e tomamos café. Enquanto aguardávamos na frente do hostal, o dono chegou e falou que já haviam passado ali procurando três pessoas. Conferimos nossos bilhetes dos pacotes e, desgraçaaaaaaaaaaaada a mulher que nos vendeu e nos confundiu o horário, pois deveríamos ter saído as 07!!!!! Que raiva. Que raiva. Que raiva. Quando fomos pedir se era possível reembolsar o valor do pacote na agência - e que valor salgado - ouvimos um: Chicos, só me trazem problemas!! Mas não é possível. E assim ficamos sem passeio e sem o dinheiro. Mas não desanimamos, nada poderia nos abater depois dos três dias do Caminho Inca. Pela tarde alugamos bicicletas e pranchas de sandboard. Pedimos algumas indicações de onde ficava o lugar pra praticar o tal esporte e nos mandaram para o Valle de la Muerte. O nome não é muito inspirador, mas pedalamos até lá com a prancha atravessada entre a mochila e as costas. Pedalamos e pedalamos até encontramos uma duna. Depois de algumas tentativas de descê-la, descobrimos por meio de algumas pessoas que passavam que aquele não era o tal vale, e sim um local uma hora à frente. Porém, havia uma grande duna uns 200 metros adiante onde poderíamos brincar muito. Escondemos as bicicletas - por que andar com elas na areia é impossível - e seguimos pelo caminho; e assim encontramos a cuja! Que duna! Eu nunca tinha visto uma duna (aquela anterior não era uma duna propriamente dita)! É muuuuuito cansativo subir até a crista dela, e dá um medo lascado quando você desce e começa a pegar velocidade. Já muertos de tanto subir e descer naquele monte de areia, encontramos nossas bicicletas e voltamos para San Pedro. Este era nosso último dia lá. Na próxima manhã pegaríamos um ônibus da Andesmar para cruzarmos a cordilheira novamente e voltamos à Salta, na Argentina.

Continua.