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domingo, 6 de março de 2011

Mochilão Argentina, Chile e Peru [VIII]


San Pedro de Atacama é sensacional! Não canso de dizer isso. No dia de nossa chegada, acordamos bem cedo para aproveitar o vilarejo ao máximo; tivemos um belo desayuno e fomos procurar uma empresa de turismo para conhecermos as redondezas de San Pedro. Nossos planos de volta acabavam por moldarem-se às circunstâncias. Por exemplo, não haviam ônibus disponíveis para a data que queríamos e, portanto, ficaríamos mais um dia, totalizando três. Corremos pra tudo quanto é lado da cidade em busca de preços e horários das excurções à locais como Laguna Cejar e Laguna Miscanti. Com os horários em mãos, corremos atrás da alternativa menos penosa que as 23 horas de ônibus do trajeto Salta-Puerto Iguazu para pegarmos o caminho de volta. A mulher da companhia de ônibus nos falou da companhia de aviação Andes. No hostal, pesquisamos e haviam três assentos disponíveis para o dia que queríamos por um preço muito bom; aí corremos pra uma lan house, onde havia impressora - para o caso de imprimirmos as passagens pela net - e fomos para o site da Andes novamente. Mas como nada é tão simples nesse mundão, aconteceu que o site não indicava mais assentos livres; fomos então até um call center e ligamos para esta tal de Andes. Imaginem só: meu espanhol é fraco pessoalmente, por telefone então fica bem complicado. Mas assim mesmo nos entendemos com o vendedor de passagens e ele falou que haviam assentos disponíveis sim, e nos passou um email para enviarmos os nossos dados para ele. Voltamos à lan house outra vez e, tentando comprar as passagens, surpresa, funcionou!
          Ficamos felizes: voltaríamos para casa antes do previsto e com muito mais tranquilidade. Depois disso fomos até uma agência chamada Corvatsch para comprarmos os passeios em San Pedro. Marcamos um para aquela tarde até a Laguna Cejar e, para a outra manhã, compramos um pacote até as Lagunas Altiplanicas. Arrumamos a mochila com bastante água, protetor solar e toalha. As quatro horas da tarde partimos para o passeio da Laguna Cejar numa van cheia de chilenos. E não poderia ter sido melhor. Chegamos na tal lagoa Cejar e descobrimos que ela tem 30% de sal e, assim, a gente não afunda!! É uma experiência muito legal. Este lugar possui 36 metros de profundidade e é como uma cratera. As bordas tem sal cristalizado que cortam se você pisar com força ou escorregar neles. Mais tarde, depois que fomos devidamente lavamos com água doce, embarcamos na van e fomos conhecer os Ojos del Salar, outras duas crateras no Atacama, mas desta vez de água doce. Doce e gelaaaaaaaaaaaaada! Depois de muita insistência do Fábio pulei naquela água - no caso, tinha um barrando de uns dois metros - e, logo após, pulou ele com uns gritos. Quando saímos para tremer no vento, caminhamos até a van e nos secamos; mais algum tempo e todo mundo voltou e seguimos para ver o pôr do Sol, os flamingos e tomar pisco nas Lagunas Miscanti e Miñiques, que nesta época do ano estão quase que completamente cobertas de sal. Como bons brasileiros tentamos chegar perto dos flamingos, que começaram a andar em círculos - momento em que recuamos percebendo a investida do animal - e levantaram vôo (colocarei a foto deste raro episódio). A volta para San Pedro foi muito animada e na lembrança fica o belo entardecer com o vulcão Licancabur na paisagem.
          Pela noite tomamos vinho no hostal e dormimos. Deveríamos sair as 08 horas da manhã para o passio. E, de fato, acordamos antes do horário e tomamos café. Enquanto aguardávamos na frente do hostal, o dono chegou e falou que já haviam passado ali procurando três pessoas. Conferimos nossos bilhetes dos pacotes e, desgraçaaaaaaaaaaaada a mulher que nos vendeu e nos confundiu o horário, pois deveríamos ter saído as 07!!!!! Que raiva. Que raiva. Que raiva. Quando fomos pedir se era possível reembolsar o valor do pacote na agência - e que valor salgado - ouvimos um: Chicos, só me trazem problemas!! Mas não é possível. E assim ficamos sem passeio e sem o dinheiro. Mas não desanimamos, nada poderia nos abater depois dos três dias do Caminho Inca. Pela tarde alugamos bicicletas e pranchas de sandboard. Pedimos algumas indicações de onde ficava o lugar pra praticar o tal esporte e nos mandaram para o Valle de la Muerte. O nome não é muito inspirador, mas pedalamos até lá com a prancha atravessada entre a mochila e as costas. Pedalamos e pedalamos até encontramos uma duna. Depois de algumas tentativas de descê-la, descobrimos por meio de algumas pessoas que passavam que aquele não era o tal vale, e sim um local uma hora à frente. Porém, havia uma grande duna uns 200 metros adiante onde poderíamos brincar muito. Escondemos as bicicletas - por que andar com elas na areia é impossível - e seguimos pelo caminho; e assim encontramos a cuja! Que duna! Eu nunca tinha visto uma duna (aquela anterior não era uma duna propriamente dita)! É muuuuuito cansativo subir até a crista dela, e dá um medo lascado quando você desce e começa a pegar velocidade. Já muertos de tanto subir e descer naquele monte de areia, encontramos nossas bicicletas e voltamos para San Pedro. Este era nosso último dia lá. Na próxima manhã pegaríamos um ônibus da Andesmar para cruzarmos a cordilheira novamente e voltamos à Salta, na Argentina.

Continua.

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