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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Mochilão Argentina, Chile e Peru [VII]


Arequipa outra vez. Chegar de dia nesta cidade nos deu uma impressão muito melhor sobre ela. Quando ainda estávamos viajando para Cusco e passamos por ela, havíamos chego a noite e tudo estava muito tumultuado na rodoviária. Porém, nesta segunda oportunidade tomamos um táxi até o aeroporto, longe dali. Pudemos ver a bonita cidade com um pouco mais de tempo. O que mais impressiona é o vulcão El Misti, imenso e magnífico na paisagem. Arequipa é conhecida como a ciudad blanca, pois muitas de suas construções são feitas com uma pedra de origem vulcânica chamada sillar, deixando tudo com uma cor - adivinhem - branca.
          No aeroporto tivemos muito tempo para fazer nada. Nosso vôo saía as 12:40h, e estávamos por lá as 08h. Neste meio tempo fizemos o check-in e passamos pela revista da polícia peruana. Perguntaram várias coisas, reviraram as bagagens e passaram os cães pra farejarem tudo. O maior pesar deste momento foi quando, na hora de entrar no salão de embarque, enquanto passávamos pela revista das bagagens de mão, nosso amigo Fábio teve remédios e protetor solar confiscados. Ficou muito, mas muito puto. Desejou que morressem. Ensandecido, desejou também um "sisminho". Porém, o pessoal da segurança não morreu e tampouco houve um terremoto. Depois de mais espera conhecemos a máquina que nos levaria, primeiramente, até Arica - já Chile, para fazer a alfândega - e depois para Iquique. Com a chamada da empresa, caminhamos até o avião. Eu nunca havia voado, e esta primeira experiência foi muuuuuito massa!!!! Que coisa mais legal isso. No começo ele acelera, acelera, acelera pacas, e depois desgruda do chão. Vimos Arequipa do alto - que pode ser conferida na foto acima - e também o poderoso Misti. A viagem durou pouquíssimo tempo. Tudo o que demoraríamos 6 ou 7 horas de ônibus, fizemos com 20 minutos. Em Arica tivemos de descer com toda nossa bagagem, passá-las nas máquinas de raio-x e carimbar nossos passaportes com a entrada chilena.
          Embarcamos novamente e era minha vez de ir com estranhos no banco. Ao meu lado sentou um chileno. Tinha cerca de 40 anos, era um pouco gordo e baixo também. Pediu se eu tinha um pano. Falei que não, pois geralmente não levo panos em viagens de avião. Então ele tirou uma garrafa de bebida e usou a camiseta mesmo para abrir (no lugar do pano). Me ofereceu um pouco, falou que era "catchaça". Vale dizer que não é permitido beber dentro do avião! Para passar por cima de outra proibição, puxou o celular e ligou pro Juan Carlos:
          - Juan Carlos! Juan Carlos! Sou eu. Vou chegar em Iquique em 30 minutos. Tive problemas na aduana de Arica, você sabe por quê, não posso falar agora!
          Que beleza! Sabe-se lá Deus o que este cara tinha para dar problema com a polícia. O importante é que dormiu depois que a aeromoça obrigou ele a desligar o celular, pois o avião estava quase decolando. Outra vez o avião acelerou, acelerou eeeeee uhuuuuuuuuuuuuuuuuullll!!! Muito loco! Mais algum tempo de vôo e fizemos conexão em Iquique. Enquanto voávamos pudemos ver o Oceano Pacífico. Depois de Iquique embarcamos para Antofagasta, e de lá para Calama, onde chegamos tarde da noite. Sabíamos que havia um último ônibus de Calama para San Pedro de Atacama - para onde queríamos ir - naquele mesmo dia as 11 horas da noite. Quando chegamos no aeroporto, era quase isto, e tivemos de correr pra achar um táxi. Encontramos um muito bom. No começo pensamos que era um golpe, que o cara não era taxista e iria nos roubar, mas ele foi extremamente gente boa e até ligou para um outro terminal de ônibus para ver ser o tal que iria para San Pedro já havia passado por lá.
          Por sorte, o ônibus ainda não havia pego algumas outras pessoas num pequeno ponto, e ficamos aguardando naquele local. Quando ele chegou, entramos com toda a bagagem dentro, pois havia pouquíssima gente lá. Com uma hora e meia de viagem chegamos em San Pedro e andamos bastante até encontrar um hostal por um bom preço. Ficamos no Chiloé desta vez. Estávamos felizes por voltar inteiros ao Chile e ansiosos para conhecer mais do belíssimo Atacama.

Continua.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mochilão Argentina, Chile e Peru [VI]


Quando pequeno, vi em uma apostila da escola alguma coisa sobre Machu Picchu. E aquela foto clássica - a mesma que coloquei aqui no post, tirada por nós - ficou na minha mente. Imaginem então como foi ver a Cidade Sagrada tão de perto. As fotos não conseguem dar a real impressão de tamanho. Olhando assim, muitas vezes parece que é pequena, algumas casas de pedra, etc. Mas aquilo é muito grande; uma cidade inteira! No ano de 2006, a American Society of Civil Engineers reconheceu Machu Picchu como obra maestra de planejamento urbano, edificação, e construção de trilhas e passeios; ilustrando os avanços em engenharia civil, hidráulica e geotécnicos do povo Inca. Isso demonstra a grandiosidade desta construção. Após chegarmos, fomos até a entrada da cidade. Lá carimbamos nossos passaportes com o símbolo do parque e aguardamos o grupo se reunir. Fizemos uma visita guiada pela cidade, com duração de quase duas horas. Depois disso tínhamos todo o dia livre para andar pelo complexo de Machu Picchu, até as 17 horas, que é o fechamento do parque.
          Caminhamos até a Casa do Guardião, de onde são tiradas as fotos clássicas - uma das quais pode ser vista no canto superior direito deste post. Subindo até lá encontramos lhamas! Uma família lhama, na verdade. Que bicho esquisito! É grande, faz um barulho estranho e cospe nas pessoas se alguém chega muito perto. Mas tem sua beleza. Pudemos ver também boa parte do sistema de drenagem da água da chuva na cidade. Acredito que esta seja uma das explicações de por que o local se conservou por tanto tempo. Em vários pontos há uma espécie de canal, feito de pedras, levando a água para as saídas. Além disso, a grande conquista da engenharia inca é a inclinação dos edificios. As paredes inclinam-se 13 graus para dentro, tornando, assim, a construção à prova de abalos sísmicos. Esta era uma condição quase que necessária para o local, pois Machu Picchu encontra-se em uma região de terremotos, como boa parte do Peru.
          Depois de muito andar e tirar fotos do local, compramos passagens de ônibus até Águas Calientes, uma cidadezinha turística as margens do Urubamba. Há ônibus saindo a todo instante. Eles descem zigue-zagueando o morro até cruzar o furioso rio lá embaixo, demorando cerca de meia hora neste trajeto. Quando chegamos em Águas Calientes andamos bastante até encontrar um hostal. Decidimos ficar com um baratinho. Apenas foi necessário fazer algum ou outro ajuste, como por exemplo encontrar algo para travar as janelas do quarto, que abriam por fora. Mas nada que um pedaço de madeira e uns dois tubos de protetor solar não resolvam. Feito isto fomos conhecer o que dá nome a cidade: as aguas calientes. No caso, são algumas piscinas termais no alto da cidade. Pagamos 10 soles por pessoa e alugamos toalhas. Não foi aqueeeeela experiência, mas foi bom para saber como é a coisa toda.
          A noite tomamos uma Cusqueña e saímos para jantar. Perambulamos pela cidade e, mais tarde, voltamos ao hostal para dormir, pois na próxima manhã tomaríamos o trem de volta para Ollantaytambo. Assim, no outro dia, depois da lenta viagem de trem, chegamos em Ollantaytambo e encontramos uma van, paga pela companhia que nos vendeu o pacote do Caminha Inca, que nos levou novamente até Cusco. Fiz a viagem mais perigosa de toda a minha vida! O motorista, um senhor magrinho de uns 50 anos, sentava o pau na van e ultrapassava em qualquer lugar. Depois de muitos sustos, chegamos em Cusco e voltamos até o hostal para pegar o restante da bagagem. Jantamos e aguardamos até a noite para tomar um ônibus para Arequipa, de onde pegaríamos um avião de volta ao Chile.

Continua.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Mochilão Argentina, Chile e Peru [V]


Quando embarcamos no pequeno ônibus em frente a catedral na Plaza de Armas, não era possível sequer imaginar tudo aquilo que veríamos. Nosso trajeto demorou cerca de uma hora e meia até a cidadezinha chamada Ollantaytambo - o último ponto alcançado pelos espanhóis. Com uma rápida parada compramos bastões de caminhadas que, apesar da resistência de alguns na compra dos mesmos, mostraram-se absolutamente úteis nos dias de caminhada. Mais algum tempo de viagem e chegamos até o famoso KM. 82. O nome deve-se a linha férrea do trajeto Cusco-Águas Calientes. Neste ponto organizamos nossas mochilas para carregar os sacos de dormir. Fomos, mais tarde, divididos em dois grupos: Condor e Apu. Nós ficamos no Condor. Almoçamos com todo o grupo e conhecemos alguns argentinos. Pediram da Dilma, do futebol e de outras coisas. Depois de algumas explicações, finalmente colocamos nossas mochilas e descemos até o ponto de controle as margens do raivoso Rio Urubamba. Feita a checagem dos documentos, cruzamos a ponte sobre o Urubamba e finalmente iniciamos a tão aguardada trilha, objetivo de nossa viagem.
          O Caminho Inca, ou Trilha Inca, é um caminho restaurado que os incas usavam como peregrinação até a cidade sagrada de Machu Picchu. São quatro dias de caminhada até lá. O local encontra-se numa altitude consideravelmente alta, especialmente no segundo dia, onde caminhamos até a passagem de Warmi Wañuska, a 4215 metros acima do nível do mar. O primeiro dia de caminhada foi impressionante. Vimos montanhas!!! Quando as olhava por fotos, não conseguia ter a dimensão do que são. É quase impossível tentar descrever, mas são impressionantes. No caminho é possível ver alguns picos nevados também. A civilização Inca acreditava que espíritos habitavam as montanhas e, algumas delas em especial, chamadas de Apus, eram consideradas protetoras de cidades ou lugares. Como eu disse para alguns que me perguntaram da viagem: lá é possível compreender por que aquele povo cultuava as montanhas. É algo gigantesco, absurdo. É possível sentir uma energia diferente no local. Observar as montanhas, serenamente postadas na paisagem, vale pelos quilômetros de caminhada.
          Outro local que chama atenção é Phuyupatamarca. De lá, se não houvesse tanta neblina, seria possível encarar uma série de montanhas. O segundo dia de caminhada foi o que mais nos deu trabalho. Foram cerca de 7 horas de trilha, sendo que talvez 5 destas foram de subida. Antes de chegar na passagem de Warmi Wañuska há uma escadaria que corta o morro. Neste ponto já estávamos muito cansados e quando vimos o que ainda nos esperava... ficamos tristes :B Mas que nada! Chegar lá em cima é uma conquista.
          No quarto e último dia acordamos muito cedo: 3:30h da madrugada! Isto por que nos despediríamos dos porteadores - nativos que carregam provisões e tendas que utilizamos - e eles necessitavam tomar um trem as 05h. Além disso, precisávamos tomar café-da-manhã muito cedo para, quando o Sol saísse, tomar o caminho até Machu Picchu. E assim o fizemos. Caminhamos até Inti Punku, a Porta do Sol, por onde, olhando desde Machu Picchu, o Sol nasce nos equinócios de primavera e outono. Depois de uma olhada no local iniciamos a descida até a tão aguardada Cidade Sagrada. No caminho achamos até alguns brasileiros filmando o local clandestinamente para a TV (ê Brasil!). Encontramos as primeiras lhamas também!
          Quem faz o Caminho Inca chega em Machu Picchu por um local elevado, de onde se pode ver a cidade de cima. Nesta época do ano há muita neblina nas primeiras horas da manhã. Mas o destino nos reservou algo impressionante: quando chegamos no local a neblina começou a se dissipar e pudemos ver a cidade! Eu me emocionei, sempre quis conhecer este lugar e, justamente naquele momento, depois de quilômetros e quilômetros andados, eu a vi: Machu Picchu!

Continua.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Mochilão Argentina, Chile e Peru [IV]


A chegada em Cusco foi um pouco estressante, pelo menos pra mim, devido ao episódio da mochila. Eram 06h da manhã quando descemos do ônibus. Dali mesmo um homem que estava no segundo piso do terminal chamou por nossos nomes. Era William, que viera do hostal - onde já havíamos feitos reservas desde Tacna - para nos buscar. Pedimos que aguardasse e fomos no bagageiro pegar nossas coisas, mas a minha bagagem não apareceu. Eu carregava duas mochilas: uma pequena, sempre comigo, até mesmo dentro do ônibus, com água, cabos da câmera, passagens, etc; e outra, grande, onde estava todas as minhas roupas, equipamento para o Caminho Inca, livros, lanterna... Perderam justamente esta última. A empresa até tentou ligar para Arequipa, de onde havíamos saído, e perguntaram sobre onde poderia estar. Aguardamos um segundo ônibus da empresa que estava chegando em cusco. Disseram que a mochila poderia estar neste outro. Não estava. Conversamos com o pessoal da empresa e pediram que retornássemos a tarde. Voltamos as 16:30h, e, outra vez, deveríamos voltar as 19h para conversar com a administradora. Quando finalmente conseguimos conversar, falaram que ligaram para Lima, Tacna, e outras possibilidades, mas minha mochila não fora encontrada. Então, ofereceram 500 soles - cada nuevo sol equivale a R$ 0,65 - como reembolso pelo extravio das minhas coisas. Não aceitei, pois o valor era muito baixo e tentei negociar. Queria pelo menos 1000 soles, mas a mulher se recusou a pagar e pediu que voltássemos no outro dia com uma lista dos itens da minha bagagem. Depois disso fomos até a polícia, que nos recebeu muito bem, mas explicou que até poderíamos fazer uma queixa e tudo mais, porém, como tudo é muito burocrático, a empresa se aproveitaria de nossa falta de tempo e apenas nos enrolaria. Quanto a mim, não poderia esperar mais que dois dias, pois iniciaríamos o Caminho Inca na manhã do dia 11 de Janeiro e precisava comprar roupas.
          No outro dia, de lista em mãos - onde minhas coisas estavam verdareiramente avaliadas -, voltamos ao terminal. Conversamos com a administradora da companhia e expliquei que não estava colocando na lista nenhum notebook ou câmeras para superestimar o valor. E, de fato, havia listado somente o que havia perdido, nada além. Ela ligou para Lima, que é a sede da empresa, e explicou para uma outra pessoa a situação. Minha proposta continuava nos 1000 soles. Eles acabaram me oferecendo 800. Chorei um pouco e insisti em algum valor mais alto, pois realmente não tinha mais nada. Porém, diante da situação, aceitei os 800 e saí feliz. Foi o maior contratempo de uma viagem maravilhosa.
          A cidade de Cusco é fantástica. O centro histórico é muito bonito. Sua Plaza de Armas é cercada por igrejas antigas, lojas, bares e restaurantes. Tudo é muito turístico. Parado na calçada, em pouco tempo você consegue ouvir várias línguas diferentes. Nosso hostal era bem localizado, ficando a uma quadra da Avenida El Sol e três da Praça de Armas. Nesta cidade experimentamos a cerveja Cusqueña. Na minha opinião, uma das melhores que conheço. Embora os peruanos não bebam a cerveja muito gelada - na verdade, é quase em temperatura ambiente - esta aí surpreendeu. Deixaria saudades, pois na volta beberíamos a chilena Escudo, uma desgraça total.
          Depois de dois dias conhecendo a cidade, compramos as passagens de volta - desta vez de avião, desde Arequipa até Calama, no Chile - e nos preparamos para a Trilha. Arrumamos nossas mochilas na noite do dia 10 e deixamos tudo pronto. Compramos também comida em um mercado próximo a Praça de Armas para que pudéssemos ter alguma coisa entre as refeições principais. O dia 11 amanheceu gelado e chuvoso. Um homem apareceu no nosso hostal e disse que deveríamos ir até a catedral para pegar o micro-ônibus até o km 82 (início do Caminho Inca). Foi a primeira vez que utilizamos nossas capas de chuva. Algum tempo depois, nosso transporte finalmente chegou e embarcamos para os 4 dias mais sofridos e recompensadores que já passei.

Continua.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Mochilão Argentina, Chile e Peru [III]


Logo que entramos no terminal de táxis encontramos a senhora Angela, que pilotaria nosso táxi até Tacna. Entramos no táxi e esperamos tudo ficar pronto. Depois que saímos pudemos ver o Oceano Pacífico. A cidade de Arica fica na divisa com o Peru, e de lá seguiríamos para a cidade de Tacna, do outro lado da fronteira. No Peru tem-se uma diferença de 2 horas a menos com relação ao Chile (-3 com o Brasil), e, portanto, quando chegamos no posto de fronteira de Tacna foi necessário aguardar algum tempo até que este abrisse. Depois de todos os trâmites alfandegários concluídos, seguimos viagem por uma paisagem desolada. Contudo, no caminho havia muitas pequenas casas, feitas de tijolos de cimento e cobertas com uma espécie de palha. Perguntei à Angela o que aquilo, e fiquei sabendo que estes são o equivalente do nosso MST. E, sim, eles invadem aquele lugar para agricultura.
          Chegamos no terminal de Tacna muito cedo, e logo fomos trocar alguns dólares por Nuevos Soles; tudo isso com a companhia da taxista que insistia em nos ajudar. Fomos até a parte superior do terminal para tomar café. E lá ficamos ouvindo ela dizer que no Peru tudo é muito perigoso, para tomar um cuidado extremo, etc. Passado algum tempo um homem vem e fala algo com ela; os dois trocam algumas palavras e ela nos olha e diz: "já estão seguindo vocês". Que ótimo! Depois ela nos levou até uma agência de viagem e pediu que ficássemos lá dentro, aguardando o ônibus. Compramos passagens para Arequipa, e de lá para Cusco. Também já conseguimos reservar um hostal em Cusco. Depois de passar alguma apreensão com Angela, concluímos que ela queria assegurar que comprássemos passagens numa companhia que lhe desse um pagamento por ter nos levado até lá. Lições.
          Seguimos para la ciudad blanca de Arequipa ao meio-dia com o apertado ônibus da empresa Flores. Foi uma viagem também muito cansativa e cheia de paradas. A estrada neste trajeto era muito bem conservada, mas dava medo. Cortamos montanhas e passamos por abismos. A paisagem, ainda bem, compensou tudo isso: haviam vales muito bonitos e, chegando à Arequipa, tivemos a primeira visto do vulcão El Misti. Simplesmente fantástico! É diferente de tudo o que já vi; muito maior que em fotos ou qualquer outra coisa. Já na cidade, fomos deixados no terminal desta empresa Flores, e de lá tivemos de atravessar correndo uma caótica avenida para chegarmos no terminal correto, onde mais tarde embarcaríamos para Cusco. Este outro terminal era uma loucura. Gente pra tudo quanto é lado, atendentes gritando, filas e mais filas para qualquer coisa... Comemos alguns sanduíches e depois pagamos para enfrentar outra fila no banheiro. E o bom destes banheiros é que você paga (1 nuevo sol, no caso) e ganha 40 centímetros de papel higiênico! :D
          Depois de muita espera e uma Coca-Cola, finalmente chegou nosso ônibus! Deixamos nossas coisas aonde se vendem os bilhetes da empresa CIVA - que foi a empresa que nos transportou no trajeto Arequipa-Cusco - e entramos no ônibus. Maldita hora! Me arrependo de não ter ficado conferindo se minha bagagem realmente era embarcada no ônibus. Descobriria mais tarde, na outra manhã, já em Cusco, que minha mochila tinha ido embora para muito, muito longe, e nunca mais seria vista.

Continua.