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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mochilão Argentina, Chile e Peru [VI]


Quando pequeno, vi em uma apostila da escola alguma coisa sobre Machu Picchu. E aquela foto clássica - a mesma que coloquei aqui no post, tirada por nós - ficou na minha mente. Imaginem então como foi ver a Cidade Sagrada tão de perto. As fotos não conseguem dar a real impressão de tamanho. Olhando assim, muitas vezes parece que é pequena, algumas casas de pedra, etc. Mas aquilo é muito grande; uma cidade inteira! No ano de 2006, a American Society of Civil Engineers reconheceu Machu Picchu como obra maestra de planejamento urbano, edificação, e construção de trilhas e passeios; ilustrando os avanços em engenharia civil, hidráulica e geotécnicos do povo Inca. Isso demonstra a grandiosidade desta construção. Após chegarmos, fomos até a entrada da cidade. Lá carimbamos nossos passaportes com o símbolo do parque e aguardamos o grupo se reunir. Fizemos uma visita guiada pela cidade, com duração de quase duas horas. Depois disso tínhamos todo o dia livre para andar pelo complexo de Machu Picchu, até as 17 horas, que é o fechamento do parque.
          Caminhamos até a Casa do Guardião, de onde são tiradas as fotos clássicas - uma das quais pode ser vista no canto superior direito deste post. Subindo até lá encontramos lhamas! Uma família lhama, na verdade. Que bicho esquisito! É grande, faz um barulho estranho e cospe nas pessoas se alguém chega muito perto. Mas tem sua beleza. Pudemos ver também boa parte do sistema de drenagem da água da chuva na cidade. Acredito que esta seja uma das explicações de por que o local se conservou por tanto tempo. Em vários pontos há uma espécie de canal, feito de pedras, levando a água para as saídas. Além disso, a grande conquista da engenharia inca é a inclinação dos edificios. As paredes inclinam-se 13 graus para dentro, tornando, assim, a construção à prova de abalos sísmicos. Esta era uma condição quase que necessária para o local, pois Machu Picchu encontra-se em uma região de terremotos, como boa parte do Peru.
          Depois de muito andar e tirar fotos do local, compramos passagens de ônibus até Águas Calientes, uma cidadezinha turística as margens do Urubamba. Há ônibus saindo a todo instante. Eles descem zigue-zagueando o morro até cruzar o furioso rio lá embaixo, demorando cerca de meia hora neste trajeto. Quando chegamos em Águas Calientes andamos bastante até encontrar um hostal. Decidimos ficar com um baratinho. Apenas foi necessário fazer algum ou outro ajuste, como por exemplo encontrar algo para travar as janelas do quarto, que abriam por fora. Mas nada que um pedaço de madeira e uns dois tubos de protetor solar não resolvam. Feito isto fomos conhecer o que dá nome a cidade: as aguas calientes. No caso, são algumas piscinas termais no alto da cidade. Pagamos 10 soles por pessoa e alugamos toalhas. Não foi aqueeeeela experiência, mas foi bom para saber como é a coisa toda.
          A noite tomamos uma Cusqueña e saímos para jantar. Perambulamos pela cidade e, mais tarde, voltamos ao hostal para dormir, pois na próxima manhã tomaríamos o trem de volta para Ollantaytambo. Assim, no outro dia, depois da lenta viagem de trem, chegamos em Ollantaytambo e encontramos uma van, paga pela companhia que nos vendeu o pacote do Caminha Inca, que nos levou novamente até Cusco. Fiz a viagem mais perigosa de toda a minha vida! O motorista, um senhor magrinho de uns 50 anos, sentava o pau na van e ultrapassava em qualquer lugar. Depois de muitos sustos, chegamos em Cusco e voltamos até o hostal para pegar o restante da bagagem. Jantamos e aguardamos até a noite para tomar um ônibus para Arequipa, de onde pegaríamos um avião de volta ao Chile.

Continua.

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