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domingo, 14 de novembro de 2010

Assassino de mim

Sem mais sonhos ou planos. Tudo o que quero, e preciso, é fechar meus olhos. Não me importa o mundo que segue, as horas cobrando o que lhes é devido ou se alguém me bate à porta. Desejo que tudo vá embora, fuja destas notas de lamento. Sete dúvidas, ou quem sabe mais, vivem de consumir minha alma: ficam ali, escondidas. Por meses não aparecem, não se mostram, mas sei que estão ocultas em algum lugar, sei o que querem. Herdei-as do decrépito mundo social - dos homens que cobram um futuro, um caminho em minha vida -.
          Nego toda a sorte que me foi vendida em um gole de veneno e fecho os olhos, definitivamente, assistindo a morte do que serei. Assassino de mim no crepúsculo da razão. Passado algum tempo, levanto e vou trabalhar para o resto da vida.

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