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terça-feira, 31 de agosto de 2010

A História do Mundo

O universo era vazio na época. Quem sabe inabitado fosse o termo correto para ser usado, mas os criadores diziam que era simplesmente vazio. Os termos habitado e inabitado surgiriam posteriormente. De qualquer forma, com o passar das eras a coisa toda foi ganhando cor. Um ponto aqui, outro acolá.
          Num canto deixaram uma bolinha azul que girava em torno de outra bola grande e brilhante. Quando um dos arquitetos de tudo aquilo visitou a bola azul – era a única opção, pois a maior era quente demais – achou-se no meio de muita água. Criou então continentes e preencheu tudo de uma forma bem criativa. Mas ainda faltava o toque de dinamismo, o empurrão para que o planetinha começasse o longo caminho da evolução.
          - Faz favor, Francisco, desce aqui e traz a máquina de escrever – disse o Criador no seu comunicador pessoal. Vale citar que ele já havia criado uma forma elegante de comunicação em substituição dos esquisitos métodos telepáticos.
          Demorou um tempo até o assistente do Criador encontrar todo o material e chegar até ele, mas quando avistou o lugar de longe ficou impressionado com as modificações.
          - Sensacional, patrão! – bradou em aprovação e também para fazer uma média. – Trouxe o banco de dados com o design de todas aquelas coisas - abriu a cadeira debaixo da sombra de uma grande nuvem, colocou a máquina de escrever no colo e esperou.
          - Muito bem. Coloca aí, Francisco, o seguinte: árvores verdinhas e com alguma outra variação na cor, mas em geral, verdes; na água, que já está pronta, peixes; na terra, que também já está pronta, animais, que no caso são dotados com nossa nova invenção chamada vida. Coloca vida nas árvores e nos peixes também – fez uma pausa, tomou um ar e continuou ditando o que colocar naquele lugar todo e seguiu por muitas e muitas páginas.
          Francisco batia com extrema velocidade nos botões. Conforme escrevia, tudo acontecia. Árvores e animais surgiam. Peixes pulavam na superfície brilhante dos mares e caíam em júbilo. O ar brincava de mexer nas árvores e, mais tarde, pássaros surgiram em sua companhia. Tempos antes, quando a vida ainda estava em fase de experiência, tiveram de testá-la em pelo menos uma centena de lugares. Agora ela estava redondinha, de modo que tudo crescia e evoluía perfeitamente.
          - Agora, meu caro Francisco, vamos incluir a tal inteligência em alguma coisas aqui – continuou a ditar as alterações no planeta -, se bem que ela ainda não foi testada da forma ideal e continua apresentando resultados inesperados – parou e coçou a cabeça, pensativo -. Sabe, talvez seja o que falta para dar o charme pra tudo isso aqui. Pode escrever aí: vida com inteligência.
          E foi assim que tudo começou.

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