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sábado, 11 de dezembro de 2010

Nas Noites de Chuva

Chovia muito lá fora e ele não queria sair da cama. Os olhos miravam alguma coisa que não existia; muito além dali. Acordes de uma guitarra vinham de algum lugar nos anos 90 e faziam ondas pelo ar do quarto. I found you, you wanted me too... Uma parte dos seus pensamentos acompanhava a canção e a outra buscava por ela. Por que nos apegamos tanto a outras pessoas? Isso é o amor? Assim? Devastador? Questionava-se, com certeza.
          As mãos vasculhavam o passado, queriam aquela outra mão como companhia de volta. O coração queria o outro coração de volta. O corpo todo queria... O corpo todo...
          O rapaz notou que mexeu-se quando as músicas acabaram. Precisava de coragem; precisava de versos novos para um coração já conhecido... Buscou seu futuro nas cordas do violão de verniz trincado, perguntando a cada nota se teria aquela mulher mais uma vez. Elas responderam coisas tristes; verdades de dias passados. Repetiam os erros cometidos. Cantavam lágrimas. Então ele resolveu que melhor seria voltar para a cama. Deitou-se pela quarta vez naquela noite e outra música embalou os pensamentos.

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